27.6.12

Quanto tempo mais

O sol nasceu, mas não por completo, o dia é cinzento e frio, estou embaixo das cobertas, olho para o relógio para saber quanto mais tempo eu tenho para ficar deitado, não tenho mais tempo nenhum. Deveria estar de pé já.
 

Fico lá algum tempo tentando, mas logo levanto sem ânimo nenhum, vou para a pia escovo os dentes enquanto mijo a cor dele é a unica coisa amarela e viva naquele horário, dou a descarga, lavo as mãos e em seguida tomo coragem e lavo o rosto, caminho até a cozinha e coloco um café morno no copo e misturo com leite gelado, como estou com pressa bebo sem esquentar no microondas.

Vou até meu quarto visto uma camiseta qualquer do balde de roupas sem passar, coloco uma blusa por cima, visto as calças, a meia, o tênis, o cinto, carteira no bolso, celular, pego as chaves, a mochila com a comida dentro do pote e saio caminho com preguiça até o ponto de ônibus, espero 10 minutos até chegar o ônibus. Entro pela porta da frente após esperar os velhos descerem do ônibus, passo na catraca e encosto num dos cantos, nunca tem assento vazio para sentar. 


Quase todos os dias é isso, fico pensando até quando terei que fazer isso pelo resto da vida, de olho no relógio, esperando ônibus e velhos descerem deles, até que um dia eu seja um desses velhos acho que eles as vezes olham pro relógio da vida para saber quanto mais tempo eles têm, não têm nenhum, daqui a pouco está na hora deles se deitarem.
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