3.11.07

O Pobre e a mania de grandeza

O ser humano é um animal que não nasceu para viver sozinho, prova disso é que ele sempre está querendo provar algo para alguém, pode ser uma menininha, uma mulher, um canalha que o subestimou, os pais e etc. Não importa o que você é, mas sim o que você aparenta ser, entretanto, “o que você é” e “o que você deseja ser” sempre serão duas linhas paralelas que você passará a vida inteira tentando uni-las.

As pessoas que têm algo à provar, sempre escolhem um valor para expor, esse valor pode ser material, ideológico, espiritual ou intelectual.



Quando sofrem de D.I.G. (Delírios de Injustificada Grandeza) eles costumam se apegar em marcas que na verdade foram feitas para ricos, o pobre se mete a besta em se envolver num mundo que ele não conhece, fica na internet olhando catálogos da Bulova, Calvin Klein, Armani, Oakley, Rolex, Omega, Tag Hauer e etc. Mas como megalomania pouca bobagem, ele vai trabalhar de sol-a-sol para sustentar essa sua mania de grandeza, irá na loja do shopping que passa todo dia pra caroçar e vai comprar uma camisa de algodão egípcio que custa mais da metade de seu misero salário (isso se não dividir em 12 no cartão), usará ritualmente em todas as festas que for convidado durante anos até que ela se desintegre e vire pó. Como pobre dificilmente é convidado para festas badaladas, ele vai ser aquele assíduo frequentador de festas de amigos em casas noturnas, onde ninguém irá reparar que o tecido de sua camiseta é diferente da que o deputado distribui em campanha.

Claro que nem todos os pobres que sofrem de D.I.G. vão se matar por artigos de luxo, por sorte o povo chinês acredita no ditado “quem não tem cão, caça com gato” por isso mesmo eles estão aí até hoje no centro da cidade fazendo os produtos de luxo genéricos, lá você encontra de tudo, desde cuecas escritas Calvin Klein a Uísques com gosto de chá.

Quando um pobre entra num desses shoppings populares, se perde que nem um cachorro em mudança, são tantas coisas para ele consumir que ele não sabe por onde começar,claro que ele vai pechinchar em todas as lojas e tentar arrumar o máximo de desconto (afinal ele vai voltar a pé para economizar o dinheiro do ônibus), logo ele irá voltar com cada vez mais amigos, todos com celular que toca musica pendurados no pescoço, Nike Shox laranja com verde, camiseta laranja de time pra combinar com o “pisante”, cumprimentará os chineses com a raspadinha e soco e vão pedir desconto (rima não proposital).

Isso sem falar nos “bombadinhos” com aquela ginga de madeira-de-lei, aquelas camisetas cor de rosa e aqueles ridículos colares de bolinhas de madeira. Depois de saírem do mercado de resgate de egos, todos eles vão torcer para não serem descobertos nas baladas. Na segunda-feira quando os que ainda estudam forem para a escola ainda reclamarão se a professora mandar comprar algum livro pra fazer um trabalho.

Quando será que esse povo, que come ovo e arrota caviar, vai notar que está sendo enganado, eu não sei, a única coisa que eles conseguem provar é que seu ego é infinitamente maior que seu cérebro.

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