10 de outubro de 1990, enquanto os playboys comemoravam o Halloween, em outra parte da cidade, mais precisamente no Malocão, comemorava-se Cosme e Damião. As crianças estavam todas agitadas com as festas e a distribuição de brinquedos, dentro do Malocão rolava uma festa bancada pelos traficantes da área, duas quadras mais adiante rolava a de Pai Eduardo, o pequeno Rui com 9 anos, fazia presença na festa do pai-de-santo, que era conhecido por suas mega-festas e sua pederastia.

Rui estava na fila para pegar um saquinho com guloseimas (Maria-mole, paçoca, pé-de-moleque, bananinha, doce-de-abóbora, pipoca doce e etc), quando viu uma daquelas cumbucas africanas enorme, cheia de farofa, pimenta e frango. Nosso pequeno herói ficou curioso, pegou logo suas guloseimas e ficou presenciando Pai Eduardo matando as galinhas e colocando naquela enorme cumbuca de despacho, logo depois, foi feita uma roda em volta da cumbuca, Pai Eduardo pediu para que todos descruzassem os braços e escolheu algumas crianças para apreciar a iguaria, entre os dez escolhidos, só sobraram quatro, Rui estava entre um deles, a maioria ficou com nojo, Pai Eduardo ofereceu um vídeo-game para quem comesse mais, os quatro foram para cima da cumbuca (detalhe a galinha tava crua), Rui era o único a comer sem fazer cara feia, todos na festa ficaram chocados. Quem ganhou, é claro, foi Rui que ia saindo andando depois de comer, quando foi avisado que tinha prêmio.
A festa da periferia com aqueles adornos africanos, deixava no chinelo o Halloween dos playboys.
Daí vem umas das explicações de porque Rui era tão escroto, alguns acreditavam que ele era regido por alguma força maligna, essa era a tal criptonita do nosso Super-Rui.
Certo dia ele estava voltando para casa depois de ter feito sua justiça social, tomando os playboys com sua paga-sapo, pegou um cigarro num despacho de uma encruzilhada, acendeu na própria vela e seguiu sua trajetória batucando e cantando uma musica do Raça Negra, de repente um carro de aproxima e começa a acompanha-lo.
- Algum problema!? Disse nosso herói.
- É que eu estou meio perdido, queria saber como que eu faço para pegar a avenida.
- Ta no caminho certo, é só continuar e pegar a primeira esquerda.
- Você está indo pra lá!? Disse o rapaz do carro, afinando a voz.
- Aí mano! Você é viado, vacilão!
- Entra aí no carro, eu te dou uma carona.
- Firmeza. Disse Rui após dar uma tragada em seu cigarro e olhar para os dois lados.
Dentro do carro, o viado começou a alisar o pau de Rui, que tirou sua mão, mas o viadinho insistiu “Ah! Você entrou no carro pra isso não foi!”, com raiva Rui abriu a porta para sair, mas voltou após o viado lhe mostrar um bolo de dinheiro, e lhe propôs 500 reais por uma chupeta, Rui nem pensou duas vezes, sacou seu pau, em meia hora o viado já havia feito a chupeta, tentou levar Rui para o motel, mas ele recusou.
O gay insistiu e lhe deu um cartão com um telefone para quando precisasse, após subir as calças ele pegou sua paga-sapo e jogou o gay para fora do carro e também pegou o dinheiro. O gay ficou lá no meio da rua com o rosto todo sujo de sêmen, pedindo socorro.
Pois é agora Rui estava com carro, foi no Malocão e inventou para todo mundo que tinha roubado uma joalheria e estava cheio da grana.
Daí pra frente Rui achou que iria conseguir pegar um monte de mulheres, infelizmente a fama dele não ajudava, todas sabiam que Rui era um escroto, já havia passado a vara em quase todo mundo naquele lugar todos sabiam de sua perversão, estavam vacinados. Mas Rui na manga tinha uma carta, ele costumava chamar as garotas para ir em algum lugar com ele para resolver um problema, coisa acima de qualquer suspeita, depois de dirigir até um lugar distante (muito distante) Rui fazia a chantagem “Ou dá ou desce!” suas vítimas ficavam divididas entre descer num lugar desconhecido e longe num horário inapropriado ou tomar um monte de sabugadas violentas de Rui. Essa cartada funcionou por um tempo, mas a noticia acabou se espalhando e, aos poucos, nenhuma mulher do bairro entrava no carro de Rui.
O carro começou a perder sua utilidade quando acabou a época de chuva, não tinha poças para ele passar por cima e molhar por pedestres, não tinha como dar sua cartada, conseqüentemente ele foi perdendo o interesse no carro, deixando-o largado.
Numa sexta feira bem quente, Rui estava tentando se masturbar com a Playboy da Grazzi (coitado), não estava conseguindo atingir o orgasmo, muito menos a ereção, nosso herói estava perdendo os superpoderes, geralmente ele conseguia atingir a ereção até olhando uma fruteira.
Ele estava precisando voltar a ser escroto, ele estava precisando castigar os escrotos da cidade sendo usando a sua própria escrotice, decidiu ir no bar comprar seu pedido de sempre (X-tudo, Vitamina de Abacate e o troco de Bolete), quando enfiou a mão no bolso para pagar tirou o cartão que havia ganhado do viado que ele roubou, então lembrou de mais um trunfo, comeu seu lanche, entrou no carro e saiu cantando pneu.
Foi rumo a Praça da República, lá avistou um rapaz jovem com cabelo acaju e alisado, piercing na boca, baby look e calças apertadas. Encostou o carro do lado e perguntou como que ele chegaria no bairro da Liberdade, o rapaz se debruçou sobre a janela e começou a explicar, enquanto falava Rui tirou sua jeba para fora, o rapaz começou a ficar com água na boca:
- Nossa Tudo isso é seu?
- É sim, porque gostou?
- Se é seu você me empresta?
- Não, eu alugo... Disse Rui olhando por cima de seus óculos escuros
Depois desse dia Rui nunca mais ficou duro, aliás esse é o motivo do aumento no número de bichas pobres, tanto que na região três baladas gays fecharam, ninguém mais tinha dinheiro para ir.
Rui pode ser escroto, mas por sorte existe gente mais escrota que ele.
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