Na certa você já deve ter ouvido falar em Furio Lonza escritor e dramaturgo, lá pelo ano de 1989 escrevia na revista Chiclete com banana e o trecho abaixo foi retirado da revista, não gosto de colocar texto alheio, mas Furio Lonza escreve uns bagulhos foda se quiser também procure por Sindrome de Emputecimento progressivo.
OS HERÓIS DO BRASIL
O brasileiro nunca teve a capacidade de se indignar. Um calor da porra na cabeça, a tradicional falta de caráter e uma ignorância milenar criaram um povo inconseqüente e manipulável, a ponto de engolir com facilidade falsos ídolos e pseudo heróis da História. A seguir, uma pequena galeria dos mais representativos.
JOSÉ DE ANCHIETA
O eminente jesuíta veio catequizar os índios nativos em 1500 e pouco. Para se ter uma idéia do que acahava de sua massa de manobra, é interessante recorrer às suas falas: "Os índios são de tal forma bárbaros e indômitos que parecem aproximar-se mais à natureza das feras que à dos homens" (1554). "Para este gênero de gente, não há melhor pregação do que a espada e a vara de ferro" (1563).
DUQUE DE CAXIAS
Foi o maior assassino da História do país, botando no chinelo o Médici, o delegado Fleury, o Esquadrão da Morte e o Felinto Müller. Num dos episódios mais vergonhosos da Guerra do Paraguai e da História do Brasil, mandou jogar cadáveres no rio que abastecia cidades próximas, com o objetivo de contaminá-las com cólera e matar a população civil. E agora uma bomba: ninguém sabe, pois isso jamais foi divulgado por ser um assunto sigiloso das Forças Armadas, guardado a sete chaves: o Duque de Caxias é parente em linha direta de Joaquim Silvério dos Reis, o traidor de Tiradentes.
RUY BARBOSA
Não podia mesmo ter dado certo. Um país que tem como ídolos caras como Ruy Barbosa deve realmente tirar o cavalo da chuva. Foi o maior picareta da História e o maior filho da puta. Combateu o voto operário e a criação das sociedades e cooperativas de trabalhadores, porque era "contra a desordem, a exageração e as utopias". Foi nomeado ministro da Fazenda em 1889 e inventou a primeira inflação desenfreada brasileira, o que o obrigou a demitir-se em 1891. Para finalizar com chave de ouro, o grande Ruy combateu a vacina a varíola e justificou sua posição através de um discurso que é uma pérola de sandices: "Não vou me expor a envenenar-me com a introdução no meu sangue de um vírus em cuja influência existem os mais fundados receios de que seja condutor da moléstia ou da morte"
OS MATARAZZO
Em dez anos de Brasil, esses imigrantes italianos construíram o maior complexo fabril da América Latina. E conseguiram isso através de um trabalho quase escravo. A jornada de trabalho era de 16 horas diárias em semanas de 6 ou 7 dias úteis. Não existia previdência social, direito à aposentadoria, as demissões eram corriqueiras e sem maiores explicações e os freqüentes acidentes de trabalho nunca eram indenizados. As crianças operárias eram diariamente espancadas pelos capatazes. As mulheres, além de receberam salário inferiores, viviam constantemente na mira dos chefes carcamanos, que queriam comê-las de todo jeito.
EUCLIDES DA CUNHA
Louco para entrar na História, Euclides trabalhava que nem uma besta pro Estadão, dando sangue pros Mesquita. Viajava pacas, era repórter e foi cobrir a Guerra de Canudo. Mais tarde, botou tudo no catatau Os Sertões, uma visão bastante preconceituosa da campanha libertária de Antônio Conselheiro. Numa dessas, deixou seus deveres conjugais de lado. Constantemente a perigo, sua mulher arranjou um caso. E engravidou. Euclides, possesso, deixou o moleque nascer, mas impediu que a mãe o amamentasse, matando-o de fome e enterrando o corpo no quintal. Foi incompetente até o fim. Quando tentou matar o rival, tomou um tiro no meio dos cornos, pondo fim ao adultério mais famoso da História da Literatura Brasileira.
(in CHICLETE COM BANANA, edição histórica nº 21, abril de 1990, Circo Editorial., pág.47.)
4 comentários:
Interessante essa questão dos heróis. Um professor de história meu comparava os heróis dos quadrinhos dos EUA e os brasileiros. Enquanto os EUA tem heróis todos pomposos nós temos o Zé Carioca, a Mônica. Era uma discussão interessante.
Valeu pela indicação lá no orkut, na comunidade Central de Divulgação de Blogs. Eu também indiquei o seu lá!
C.Q.C.M...To quase te incluindo ao trio dos meninos barbados...rsrsrs Andas radical com as mulheress...rsrsrs Sobre o post de hoje, sabe q nem li...e foi porque vim aqui só pra saber noticias...não rolou vontade de ler...nem de saber sobre os homens importantes da historia...vim aqui so pq aqui mora alguém q observo lá da minha varanda...
Um bjo pra vc...volto amanhã ta bom?
não precisa de mais nada ...
sua descrição de situações a la murphy
foi a mais completa possivel...
Cara, muito bom esse post; de alguns fatos eu já tinha conhecimento, de outros, nem sequer imaginava!!!
Eu era muito pirralho qd lia chiclete c/ banana (é, meus pais deixavam!!!); por isso me lembro vagamente de certas coisas. Mas me lembro do Furio, não era ele q assinava a coluna "enciclopeidos"???
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