
A década de 90: Você estava em casa tranqüilo e do nada chegava alguém em sua casa te chamando pra jogar bola e eu pensava “Mas eu sou ruim pra caralho!” no meio do caminho já lhe falavam que tinha uma treta com os caras do outro bairro, a cada poste já era montado o arsenal era pau, pedra, garrafas, faca de cozinha, bambu, fio, lâmpadas fluorescentes e etc...
Quando chegávamos ao local da briga lá estavam os outros caras, e não tinha discussão, o bagulho era porrada mesmo! Sempre tinha um trouxa que voltava no prejuízo, mas sempre era bom botar o pânico nos outros muleques, mesmo porque sempre quando viam que não tinha mais jeito corriam deixando um pobre diabo pra trás, sempre tinha um piedoso que tentava apaziguar, mas tinha mais trogloditas que piedosos, as vezes os fazíamos de reféns para os outros voltarem ou batíamos e mandávamos algum recado.
Os mais velhos na década de 90: Mais divertido que brigar em bando, era brigar em bando ao lado dos caras mais velhos, que quase sempre arrumavam um carro qualquer lotava de gente e ia atrás do infeliz, nós sempre íamos a pé, pois os caras não gostavam que fossemos, mas depois quando estava tudo sobre controle eles deixavam a gente dar uma umas pauladas na mão deles, urinar neles quando caídos, cuspir na cara e etc. Voltávamos para casa comentando e loucos para arrumar briga com mais alguém, talvez muitos traumas foram criados em cima de nossos atos no Ipiranga.
Na escola: A Sobrevivência na escola dependia simplesmente de uma coisa: com que você anda. Se você andasse com um monte de Zé, na certa você iria ser zuado por alguém e iria ter que sair na mão com alguém, mas isso também não significava que você apanhava por causa disso, mesmo assim quem andava com os Zés era propriamente um Zé, e um Zé sempre foge da briga com a desculpa “Os outros vão entrar se eu ir pra cima dele”, por isso a maioria das brigas eram protagonizadas por pessoas no mesmo nível. Quase sempre as brigas surgiam na sala durante alguma brincadeirinha e vinham os gritos “Iéééééé!”, aí então era a hora de dizer “Cê tá fudido na saída” falou isso já era, não adianta que ninguém irá se esquecer, ou você sai mais cedo ou briga na saída na frente de todos da escola, as meninas olhando, alguns gritos do tipo “Eu quero ver sangue!”, outros fazendo apostas e essa era a vantagem de você ser um fanfarrão, sempre tinha um outro fanfarrão que vinha no ouvido e falava “Se você estiver apanhando eu entro”, você já ia pra briga bem mais seguro pois sabia que um fanfarrão que se preze nunca separa briga, chega dando bica do pescoço pra cima.
Meninas brigando: Era um pouco mais raro de ver briga entre as meninas, por isso quando tinha uma era inesquecível, se as garotas fossem feias era ótimo ver as barangas se pegando e saindo totalmente despenteadas, se as garotas fossem bonitas era melhor ainda, além de ver uma briga sempre tinha a possibilidade de um tomara-que-caia cair, de uma camiseta rasgar entre outras coisas, tinha os espertinhos que separava a briga e já arrancava uma casquinha. Tinha também o caso de ser uma feia forte contra uma bonita indefesa, nunca rolava, pois tem coisa pior que você ver um tribufú arrebentando uma gatinha, eu me continha e esperava que a gatinha desse um cacete na outra, mas na hora aparecia um herói, separava a briga e levava a mais gatinha pra casa pra ver se catava, mas dificilmente dava certo.
Hoje em dia: Hoje só quem gosta de brigar são esses pitboys, rato de academias, skinheads e boyzinhos membros que alguma tribo ou gangue. Somente em casos extremos as pessoas normais brigam e caso seja preciso o povo já resolve tudo na bala mesmo, essa é a tecnologia a nosso serviço.
2 comentários:
Lendo isso me lembrei ontem da cena q eu protagonizei no portão da minha casa onde eu quase pulei no pescoço de um fulano vagabundo que adora me pôr pra baixo...me subiu o sangue e meus instintos animais gritaram... kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Mas o portão fez bem o trabalho de separar...graças da Deus!!!!
Muito boa essa!!! A tecnologia favorece, mas isso não vem de hj (vide Davi & Golias) hehehe.
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